sexta-feira, 6 de julho de 2012

Clinica Barraquer

Muitos amigos me têm perguntado, como correu a minha operação ao olho esquerdo, em Barcelona.
Tenho respondido: -Bem, penso eu! A verdade é que a intervenção a que fui submetido, foi prolongada e profunda. Glaucoma com introdução de válvula, retitada de pequena catarata, remoção da antiga lente intraocular e colocação de nava. Aqui é que pode ter havido um problema. Mas para o qual fui alertado previamente. Como a tensão intraocular estava a 39, num máximo de 20 (!), o computador que fez o cálculo das dioptrias para a lente a colocar, pode não ter calculado bem. E agora?. Bom, vim de lá à cerca de 1 mês e regresso lá em setembro. Nessa altura, depois dos 10 pontos que levei no olho esquerdo (10 pontos era o que tinha chegado para o meu Benfica ter sido campeão nacional), a superficie do olho estará menos astigmatizada. Assim, será possivel recalcular a lente, caso este calculo não estaja correcto. Ou seja: Se a vista melhorar, tudo joia. Se ficar como está, vou à faca de novo. Mas será uma operação mais simples. Será retirar a lente e colocar outra.
Agradeço aos amigos a preocupação que têm tido por mim e agradeço-lhes o facto de continuarem a chamar-me, na rua, sempre que passo por eles e nãos os vejo. Não é por cagança. É mesmo por pitosguice. E só me sujeito a por na net, esta parte da minha vida privada, porque os meus amigos merecem saber e não mereço ser confundido com um pedante qualquer, atulhado em soberba. Sou o filho do Zé Varejão, que tinha a taberna da esquina. Que nasceu na Praia do Ribatejo e cujos Pais tudo venderam lá, para virem para a capital do distrito, Santarém, por acreditavam que em Santarém, os filhos teriam uma melhor oportunidade de vida.
Coitado do Zé Varejão. Morreu cego, com cataratas e glaucoma. Se fosse hoje, ia a Barcelona comigo, ou como diz a canção: -Nem que eu tenha de trazer Barcelona até ti, meu Pai. Beijos para tí e para a Mãezinha.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

A MINHA VISTA II
Antes de escrever seja o que for, quero agradecer a todos quantos se preocuparam comigo e com a minha saúde. E foream tantos. Confesso que fiquei esmagado. Calaram fundo no meu coração e não tenho palavras para vos agradecer.
Indo aos factos, dia 24 fui a Barcelona. Fui e vim no mesmo dia, à Clinica Barraquer e fui visto pela Drª. Maria Isabel Canut.
Resumo o diagnóstico para não vos maçar.
O meu problema não são cataratas, como nos HUC me diagnosticaram, mas sim glaucoma, com lesão profunda do nervo optico. Irreversivel e progressivo. Ou seja, a visão perdida não é recuperável e só com urgente intervenção se para a progressão para a cegueira.
Assim, já em Maio partirei para lá para ser operado a:
Extração da lente que já tenho no olho esquerdo e que já está cristalizada.
Escleroctomia profunda não perfurante.
É isto meus amigos.
Só tenho pena de ter de voltar a passar pelas pessoas e ter de passar novamente, mais não sei quantas vezes, por mal educado, porque não cumprimentei alguém. Os amigos perdoam. Os que não perdoarem, é porque não eram verdadeiros amigos.
Obrigado a todos e que Deus me continue a ajudar. Bem sei a ajuda que tenho tido na vida e nem toda tem sido divina. A essa, agradeço com os olhos embargados. Enfim, sou um piegas.
Haa, só mais um lamento. Ter de ir ao Estádio do Glorioso e ter de estar sempre a perguntar quem marcou o golo do Benfica.
Simtam-se todos apertados contra o meu peito.
V.V. 

quinta-feira, 19 de abril de 2012

A Minha Vista

Hoje, ao abrir o meu FB, dei conta da quantidade de amigas e amigos que tenho e se preocupam comigo. Alguns dos quais, com quem não falo pessoalmente à muito tempo, mas que, à distancia, me têm seguido. Sempre atentos. Sempre amigos. Sempre preocupados.
Confesso que fiquei esmagado. Também eu sou um piegas. Aliás, sou Português, logo sou tacitamente Piegas.
Estou a passar por um momento particularmente dificil, ao nível da minha saude ocular. Nos anos de 2002 e 2003, fui operado nos HUC em Coimbra, aos dois olhos. O meu quadro clínico era simples. Miopia e astigmatismo. Grande miope que não suportava o desbaste de cornea que o laser incutia. Fiquei esclarecido. Colocaram-me lentes artisan, intra-oculares, e mandaram-me embora. Até aqui tudo bem. A partir daqui, tudo mal. Nunca me marcaram visitas de rotina, para além da obrigatoria, passada uma semana. À dois anos, percebi que já não lia as legendas do telejornal. Alarme. Mas que se passa? Lá consegui uma consulta nos HUC. O médico que me operou, traçou o diagnóstico, depois de uma bateria de testes. -Cataratas. Disse! - E agora? Perguntou aqui o paciente. - Ainda estão insipientes. Volte mais tarde. Mais tarde? Quando? Quando me apetecer? Começo agora a perceber o desleixo e a incompetência de que fui alvo. Nem uma nova consulta ficou marcada. Estou à vontade para falar desta maneira. Não me processam de certeza. Bastará uma inspeção de rotina ir consultar o meu processo como doente, para perceber e confirmar tudo aquilo que aqui digo. Como cada vez piorava mais, tentei marcar nova consulta. Fui informado que teria de ir ao meu Médico de família. Assim fiz. Diligente e precavido, o meu Médico tratou de me marcar imediatamente uma consulta. Ficou para daí a uns meses, mas para um médico do HDS. Disse-me o meu Médico que o sistema Alert obrigava a marcar consulta de especialidade, num hospital da area de residência. Que não era possivel mandar-me para os HUC. Esperei pacientemente pelo dia da consulta. O passado dia 17 de Abril. Mas antes disso, nunca parei de insistir para os HUC para ser consultado pelo médico que me operou. Cheguei a reenviar o mail todos os dias. Tipo "chato de serviço". A verdade é que, coincidencia ou não, fui chamado. E no dia 15 de Março, lá me prantei. O médico que me havia operado, mandou fazer uns testes. O que soube desses testes foi o que fui perguntando. Saí de lá com uma certeza. Afinal o meu caso era tão grave que eu passara a doente prioritário. Até assinei uma declaração nesse sentido e tudo. Mas doente prioritário pra ser operado a quê? Cataratas, pensei eu. Não obstante o aviso que o médico que me havia operado tonitroou. -Não pense que vai sair da operação a ver como quer! Motivador, não? Ao que eu respondi com a humildade dos mortais: - Só desejo ver melhor do que aquilo que vejo agora.
Voltemos agora à tal consulta aqui no HDS Santarém, o Médico, como primeiro teste, mandou medirem-me a tensão ocular. Fiquei então a saber que este teste é primário. PRIMÁRIO! Resultado do teste? 38, num máximo aceitável de 20, segundo este Médico. Quase o dobro! O Senhor ficou alarmado e perguntou-me se nunca tinham detetado esta tensão nos ditos HUC. Ao que eu respondi: - Nunca! e porque é que o digo de forma tão peremptória? Porque me diz este Médico do HDS que esta tensão ocular não é de agora. Então pergunto: - Porque é que não a detetaram um mês antes, mais precisamente a 15 de Março? A verdade é que, sabendo que qualquer queixa se esfumaria por entre os dedos do sistema judiciário, há casos em que a doença que o Médico do HDS me detectou, Glaucoma, não tem relação com a tensão continuada sobre o nervo ocular. Sendo no entanto verdade que essa tensão continuada, provoca perda de visão, com inevitavel estreitamento do campo visual. Levando-o a um, por vezes irreversivel afunilamento da visão e consequente cegueira. Passei de imediato a colocar colírios em ambas as vistas, por forma a diminuir a tensão ocular. O Médico do HDS. diligente e competente, mandou-me marcar uma consulta de Campos Visuais. Percebi. Fez-se então claro para mim, que essa perca de visão periférica já tinha começado no meu olho esquerdo. De repente, tudo parece muito obvio. O que me disse ainda o Médico do HDS? - Contacte de imediato o médico que o operou. Assim fiz. Cheguei ao meu local de emprego e com consentimento superior, telefonei para os HUC. Debalde. Ninguem atendeu. O que fiz? Enviei um mail relatando toda a situação, pedindo ajuda. Termino o mail dizendo desesperado que tenho 3 filhos que precisam dum Pai em condições para continuar a trabalhar. Mas resposta até hoje, nem vê-la!
Foi aqui que decidi falar com Deus. Disse-Lhe tudo. E Ele, de forma sempre paciente ouviu. E sem me dizer nada disse-me tudo, agindo. Como disse Nietzsche no "Crepúsculo dos Idolos" quando abordava a forma como os gregos,antes de Sócrates (o filósofo) entendiam a dialética: "Só se escolhe a dialética quando não se dispõe de outro meio". E que outro meio tem Deus?
É sabido que Deus tem na Terra os seus Homens Bons. Muitos não o sabem. Julgam mesmo que não fazem mais do a sua obrigação quando ajudam o próximo, sem olhar a quem. Não percebem que exactamente por não perceberem que reunem em sí as condições sine qua non, para terem sido "escolhidos" para serem seus mensageiros. Não precisam de falar. Ajem!
Esse Anjo interceptou-me. Tocou-me. Da noite para o dia já estava tudo decidido. Não fora assim e eu nunca o aceitaria. Este orgulho lixado é o meu ponto fraco. Até isto o Anjo sabia e atuou de forma "despercebida", mas sempre amando o próximo. Percebi que estava de partida para Barcelona, para a Clínica Barrauquer, para alguns a melhor Clínica do mundo no que a glaucoma respeita.
Aqui chegado, queridos amigos, agradeço em lágrimas sentidas as palavras queridas que me fizeram chegar. Calaram fundo no meu coração. Neste coração piegas. A Deus, agradeço por me ter enviado o seu mensageiro. A este último, ao mensageiro com asas brancas o que se poderá dizer? Haverá palavras já inventadas para lhe agradecer? E a resposta é não! Voltando a Nistzsche e à dialética. Mais do que ela, é a acção que conta. Seguir o exemplo. Tentando ser melhor cada dia que passa. Repetindo o que por nós fazem. Copiar esses gestos sublimes, mudando para melhor a vida dos outros.
Termino relembramdo o Zorro e outros super herois da minha meninice. Quando iam para lhes agradecer, eles já lá não estavam. Nesta narrativa, a expressão simbólica que aqui se representa é a de que, quem ajuda genuinamente, nunca espera o agradecimento. Enfim, o meu Anjo também é um verdadeiro Super-Heroi!
Que Deus o conserve. 

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Os Camaradas

Esta semana, num dos pasquins cá do burgo, um camarada, daqueles que anda na política mais ou menos por ocasião do grito do Ipiranga, transmitiu ao povo que, em matéria de conteudos funcionais de postos de trabalho, não empresta uma para a caixa. Enfim. Fiquei deveras desiludido. Porquê? Então esta figura de Deus, defensor dos fracos e oprimidos, defensor de todos os trabalhadores e empregados, sindicalista até ao tutano mais profundo não sabe a diferença entre o conteudo funcional de um posto de trabalho em relação a outro? Ora, aqui chegado, tenho de confessar como ele fez no final da sua prosa no dito pasquim: "estou esclarecido"!
Ele podia até ter poupado tempo com pesquisas etimológicas. Bastava para isso ter telefonado a outro camarada seu que curiosamente desempenhou um desses cargos que ele confunde e que pensa que são uma e a mesma coisa. Bom, disse desempenhou e muito bem, pois assim que lhe disseram que teria de optar entre a reforma ou o vencimento, optou pelas pantufas e pela lareira. Serviço público? À borla? Não brinquemos com coisas sérias. Se for para dirigente de qualquer coisa, daquelas em que há uma reunião por semana, um tipo se senta e durante 2 ou 3 horas, debita a sua verdade, quantas vezes não percebendo como é que outros não o percebem... Confessando introspectivamente para com os seus amigos e camaradas botões, forjados nas fornalhas (sim, também os botões) que moldaram as armas que mandaram os czares para o mais recondito além: "estou aqui a perder o meu tempo, estes tipos não percebem nada de nada!".
Mas voltando ao "meu" primeiro camarada, já velho para aprender linguas, jamais saberá a diferença entre uma pesquisa nas folhas do nosso léxico latinório e o conteudo formal, objectico, político dum cargo, daqueles que para se desempenhar, o nosso nome tem de ser publicado em DR.
Até para a semana, se for preciso.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O inventor do mocassim

Mocassim é um tipo de calçado, mais precisamente um tipo de calçado criado pelos índios norte-americanos. Eram feitos de casca de árvore e eram sem saltos. A sola do sapato subia pelos lados e pela ponta dos pés, e se juntava com uma peça em couro em forma de "U".
É isto o mocassim. Esconde calosidades e maus cheiros, pés bonitoe e pés feios. É só isto.
Aproveito para vos aconselhar visita a um blog aqui ao lado em 100culturas.blogspot.com e vejam os mono-sobrancelhas. É de partir a rir. Divirtam-se e até para a semana.
Victor Varejão.