quarta-feira, 11 de abril de 2012

Os Camaradas

Esta semana, num dos pasquins cá do burgo, um camarada, daqueles que anda na política mais ou menos por ocasião do grito do Ipiranga, transmitiu ao povo que, em matéria de conteudos funcionais de postos de trabalho, não empresta uma para a caixa. Enfim. Fiquei deveras desiludido. Porquê? Então esta figura de Deus, defensor dos fracos e oprimidos, defensor de todos os trabalhadores e empregados, sindicalista até ao tutano mais profundo não sabe a diferença entre o conteudo funcional de um posto de trabalho em relação a outro? Ora, aqui chegado, tenho de confessar como ele fez no final da sua prosa no dito pasquim: "estou esclarecido"!
Ele podia até ter poupado tempo com pesquisas etimológicas. Bastava para isso ter telefonado a outro camarada seu que curiosamente desempenhou um desses cargos que ele confunde e que pensa que são uma e a mesma coisa. Bom, disse desempenhou e muito bem, pois assim que lhe disseram que teria de optar entre a reforma ou o vencimento, optou pelas pantufas e pela lareira. Serviço público? À borla? Não brinquemos com coisas sérias. Se for para dirigente de qualquer coisa, daquelas em que há uma reunião por semana, um tipo se senta e durante 2 ou 3 horas, debita a sua verdade, quantas vezes não percebendo como é que outros não o percebem... Confessando introspectivamente para com os seus amigos e camaradas botões, forjados nas fornalhas (sim, também os botões) que moldaram as armas que mandaram os czares para o mais recondito além: "estou aqui a perder o meu tempo, estes tipos não percebem nada de nada!".
Mas voltando ao "meu" primeiro camarada, já velho para aprender linguas, jamais saberá a diferença entre uma pesquisa nas folhas do nosso léxico latinório e o conteudo formal, objectico, político dum cargo, daqueles que para se desempenhar, o nosso nome tem de ser publicado em DR.
Até para a semana, se for preciso.

1 comentário:

  1. Pois é, estes camaradas o que são é comodistas. Já lá vai o tempo em que defendiam valores sociais. Agora os valores que defendem são outros. Em relação ao sindicalismo, a minha opinião é a de que hoje serve para projectar muita gente pois a única coisa que lhes interessa são estatísticas. Além disso, têm uma tendência natural para dar tiros nos pés.

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